Sete de setembro não foi independência para indígenas, diz professora

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Sete de setembro de 1822 marca a Independência formal do Brasil diante de Portugal, data em que o povo brasileiro passou a se considerar independente. Mas, passados 202 anos do dia histórico, comemorado no feriado deste sábado (7), representantes indígenas e pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil afirmam que o rompimento com o colonialismo não resultou na independência dos povos originários.

“Não significou a independência dos povos indígenas, tendo em vista que as perseguições, a escravização e a invasão dos territórios continuaram a existir”, afirma o coordenador-geral da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espirito Santo (Apoinme), Paulo Tupiniquim.

“Até a data da Independência e pós-Independência não se falava em direitos dos povos na Constituição do país”, observa. A associação que Tupiniquim coordena atua em uma área onde vivem mais de 213 mil indígenas, em territórios e comunidades de dez estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Outro representante indígena que compartilha da opinião de Tupiniquim é o jornalista Erisvan Guajajara, um dos fundadores do coletivo Mídia Indígena, que produz e divulga conteúdo de interesse voltado à preservação e valorização de povos originários.

Na visão dele, a liberdade pode ter chegado para muitos brasileiros em 1822, mas os povos indígenas ainda não podem usufruir dela.

“Desde a invasão europeia e a colonização genocida, nossos povos e territórios nunca mais foram livres. A Independência de 1822 apenas mudou os gestores desse genocídio contínuo, que passou a ser perpetrado pelas elites brasileiras, não mais pelas portuguesas. Até hoje, sofremos violência e silenciamento diários”, lamenta.

“Nossos territórios, sem a devida demarcação e proteção, são explorados ilegalmente, muitas vezes ao custo de nossas vidas”, denuncia o indígena da terra Arariboia, da Aldeia Lagoa Quieta, no Maranhão, cerca de 600 quilômetros a sudoeste da capital, São Luís.

A diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas, Fernanda Kaingáng, é objetiva ao comentar se a importância dos povos originários foi devidamente reconhecida no processo de Independência. “Não”, afirma a líder do povo Kaingáng, distribuído por São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Rio de Janeiro (RJ) 18/07/2024 – A diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas, Fernanda Kaingáng. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ) 18/07/2024 – A diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas, Fernanda Kaingáng. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Fernanda Kaingáng: Brasil tem práticas colonialistas de negação de direitos aos povos indígenas. Foto: Fernando Frazão

“O Brasil ainda possui práticas colonialistas de negação de direitos aos povos indígenas, uma vez que o Estado brasileiro não admitiu os crimes de lesa-humanidade cometidos contra seus primeiros habitantes e não possui mecanismos de reparação dessas violações, nem formas de evitar que se repitam”, completa a primeira indígena a concluir o mestrado em Direito na Universidade de Brasília (UnB).

O Museu Nacional dos Povos Indígenas fica em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. A instituição foi criada em 1953 pelo antropólogo Darcy Ribeiro, está vinculada à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e é responsável pela política de preservação  e divulgação do patrimônio cultural dos povos indígenas no Brasil. A Funai é uma instituição federal que atua também nos trâmites de demarcação de terras indígenas.

Apagamento

À época da Independência não havia contagem oficial da população indígena, o que só começou a ser feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a partir do censo de 1991.

No entanto, pesquisas indicam que houve substancial diminuição dessa população durante períodos da história brasileira. O IBGE aponta a estimativa de dois milhões no século 16.

Em 1991, quando o censo incluiu a classificação indígena, foram identificadas 294 mil pessoas, o que correspondia a 0,20% da população. Desde então, observou-se acréscimo no contingente, passando para 734 mil em 2000 e 822 mil em 2010. Tanto em 2000 e 2010 o número representou 0,43% da população brasileira.

No censo mais recente, de 2022, o quantitativo saltou para 1,7 milhão, ou seja, 0,83% dos brasileiros. Pouco mais da metade deles (51,2%) vivia na Amazônia Legal, região que abrange nove estados do Norte e Centro-Oeste.

Erisvan Guajajara considera que, além de não terem obtido a independência, os povos originários foram vítimas de tentativa de apagamento.

“Por séculos, nossas culturas, línguas e saberes foram deliberadamente inferiorizados para justificar nosso extermínio, que foi em grande parte exitoso”, constata.

Ele cita que, das cerca de 1,4 mil línguas faladas à época do descobrimento, atualmente restam 274. Dos 1,6 mil povos, sobraram 305. “Apesar disso, seguimos vivos e lutando”, relata.

A diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas cita violações de direitos constitucionais dos indígenas, como à integridade física e cultural, aos territórios demarcados e à proteção das expressões culturais tradicionais materiais e imateriais. Ela acrescenta ainda o que chama de “extrativismo intelectual”.

“Temos lutado pelo reconhecimento de que temos saberes que são ciência e possuímos tecnologias, que têm sido alvo de extrativismo intelectual praticado pela iniciativa privada, mas também por instituições de ensino superior e pelos próprios governos, ao não reconhecerem e não respeitarem nossos direitos de definir nossas necessidades e prioridades”, aponta.

Vários povos

A historiadora e professora Vânia Maria Losada Moreira, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), é referência em estudos sobre a população indígena na história brasileira e coorganizadora do livro Povos indígenas, independência e muitas histórias – Repensando o Brasil no século XIX.

Ela contextualiza que a população indígena existente no começo dos anos 1800 deve ser entendida como povos, no plural. “São povos muito variados do ponto de vista cultural, linguística e dos momentos em que tiveram contato com a sociedade colonial”.

A professora detalha que havia grupos isolados, sem contato com a sociedade colonial. “A Independência do Brasil para esses povos não tem nenhum significado”.

Outros grupos viviam em áreas de expansão da sociedade. Vânia lembra que a corte brasileira declarou, ainda em 1808, “guerras justas” contra esses povos. “Esses povos vão ter uma relação muito ruim com o processo de Independência. Esse processo de guerra não vai cessar com a Independência. Vai ser uma violência continuada”, assinala.

Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 - Erisvan Guajajara, fundador do coletivo Mídia Indígena. Estudantes e professores da rede pública de ensino encontram com cineastas fundadores da Mídia Indígena, na Escola de Comunicação da UFRJ,  em encontro promovido em conjunto com o Consulado da Suécia no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 09/08/2024 - Erisvan Guajajara, fundador do coletivo Mídia Indígena. Estudantes e professores da rede pública de ensino encontram com cineastas fundadores da Mídia Indígena, na Escola de Comunicação da UFRJ,  em encontro promovido em conjunto com o Consulado da Suécia no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Erisvan Guajajara, fundador do coletivo Mídia Indígena. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Entre as vítimas dessas guerras, estão os Botocudos, em Minas Gerais e Espírito Santo; Kaingáng e os Guarani Kaiowá, na então capitania de São Paulo; e Carajás, em Goiás e no Pará, dentre outros.

A historiadora destaca que havia um terceiro grupo de indígenas, os que viviam em vilas, povoados, missões religiosas, aldeias e até em casas de colonos. Segundo ela, esses indígenas, sim, tiveram participação ativa no processo de Independência. “Estavam preocupados em garantir três direitos básicos: à liberdade, à posse de suas terras e à própria vida”.

Um dos trabalhos da pesquisadora é o site Vila Indígenas Pombalinas, no qual é possível identificar núcleos de população indígena como vilas e povoados durante o processo de Independência.

Vânia Moreira considera que, ao fim, a Independência não teve efeito positivo para os indígenas que viviam mais integrados à sociedade, em vilas e povoados, por exemplo. Ela conta que, no período colonial, eles tinham alguns direitos e liberdades, como propriedades, principalmente coletivas e até participação política.

“Eles participavam da governança das vilas e lugares, eram vereadores, juízes ordinários e ocupavam ainda cargos nas milícias e ordenanças”, diz.

Com a Independência do Brasil, “esse processo tendeu a ser corroído e destruído”, opina. “O governo imperial não garantiu essa cidadania, especialmente os direitos de participação política e demarcação de seus territórios”.

A professora da UFRRJ também entende que, no desenvolvimento da sociedade brasileira após 1822, há um processo de apagamento da presença indígena.

“Há um projeto de assimilação dos povos indígenas no sentido de eles deixarem de ser indígenas para se tornarem brasileiros, apagando a especificidade desses povos em termos de sua contribuição histórica e dos seus direitos particulares”, avalia.

Constituição

A especialista em história indígena registra que o principal marco legal em defesa dessa população se deu mais de 160 anos depois da Independência do Brasil. É a Constituição Cidadã, de 1988.

“É uma Constituição que reconhece que os povos indígenas são povos originários, que reconhece os direitos às terras e a sua autodeterminação nessas terras. Então, a Constituição de 88, de certa forma, foi o marco legal mais importante para os povos indígenas”.

Outro marco é a criação do Ministério dos Povos Indígenas, instituído em 2023. À frente da pasta, a ministra Sonia Guajajara é a primeira indígena a ocupar um cargo de ministro na história brasileira.

Paulo Tupiniquim, da associação que representa indígenas da costa leste, reconhece que foi necessária a Constituição Cidadã para, ao menos no papel, os povos originários terem a condição igualada à do restante da população.

“Só com a Constituição [de 1988] que os povos indígenas passaram a ser autônomos, ter os seus direitos garantidos, deixaram de ser tutelados e ganharam o seu direito de cidadão e cidadã de fato”, assegura.

Conflitos atuais

Paulo Tupiniquim adverte, no entanto, que ainda pairam ameaças sobre as condições de vida dessa população.

“As perseguições, as invasões e os assassinatos ainda continuam até hoje”, assinala. Ele aponta como exemplo as discussões que tentam impor o chamado marco temporal, tese pela qual os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial à época.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu contra a tese uma vez, mas a matéria está novamente na Corte, após o Congresso Nacional ter aprovado Projeto de Lei que validou o marco, inclusive derrubando um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A jurista e diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas, Fernanda Kaingáng, aponta o marco temporal e a crise de saúde da população Yanomami – provocada pela ação ilegal de garimpeiros em terras demarcadas em Roraima e no extremo norte do Amazonas – como lutas atuais das populações indígenas em busca de independência.

“A necessidade de assegurar direitos fundamentais aos povos indígenas como dignidade, segurança, geração de renda, saúde, acesso à educação em todos os níveis e demarcação dos territórios pode ser constatada pela crise humanitária Yanomami”, preconiza.

Ela estende a crítica ao Congresso Nacional e ao STF, por causa de debates em torno do marco temporal. “Se verificam tentativas de conciliação que se propõem a violar cláusulas pétreas de um Estado Democrático de Direito”, opina.

No fim de agosto, a Articulação dos Povos Indígenas (Apib), principal organização que atua na defesa dos indígenas, decidiu se retirar da audiência de conciliação sobre a tese no Supremo, por insatisfação com os trâmites adotados.

A professora Vânia Moreira, da UFRRJ, também critica o desrespeito à soberania indígena em territórios demarcados. “A presença de garimpeiros, madeireiros e invasores das terras é um problema crônico e que se torna pior à medida que o agronegócio tenta avançar sobre terras que não lhe pertencem”, aponta.

Brasília (DF), 06.09.2024 - Vânia Moreira. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB
Brasília (DF), 06.09.2024 - Vânia Moreira. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB
Vânia Moreira critica desrespeito à soberania indígena em territórios demarcados. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

Tupiniquim, da Apoinme, aponta que políticas efetivas de demarcação de território e reconhecimento de lideranças fazem parte do caminho a ser seguido para que haja independência dos indígenas.

“Que libertação é essa onde os nossos direitos não são respeitados, onde nos perseguem, nos matam, nos exploram e invadem nossos territórios”, questiona.

“A libertação, para nós, só será decretada a partir de quando os nossos territórios forem demarcados, nossas lideranças forem reconhecidas como lideranças de fato, e o Estado reconhecer que estamos aqui muito antes de essa terra ser chamada Brasil e sim conhecida por nós como “ybyrapytanga”, diz.

De acordo com o Dicionário Tupi-Guarani, ybyrapytanga é a palavra que deu origem ao termo pau-brasil.

“Então, sim, poderemos dizer que fazemos parte da Independência, mas uma independência justa, qualitativa e quantitativa para todos os povos indígenas do Brasil”, define.

Erisvan Guajajara, criador do Mídia Indígena, acredita no poder da comunicação para demonstrar à sociedade a importância e o valor dos indígenas.

“Nossas identidades e culturas têm sido conservadas com muita resistência, apesar do preconceito e das mentiras que circulam. Quando as pessoas conhecem nossa forma de viver em harmonia com a natureza, nossas tradições e cultura, elas entendem o quanto somos essenciais para a manutenção da vida na Terra”, finaliza.

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Passagens subterrâneas do Eixão têm cronograma semanal de limpeza

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As 16 galerias que ligam os dois lados do Eixo Rodoviário, uma pista com grande fluxo de veículos, foram criadas para serem alternativas seguras para a travessia de pedestres. Manter essas passagens subterrâneas limpas e em boas condições de higiene é um trabalho realizado pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Às segundas, quartas e sextas, passam por limpeza as galerias da Asa Sul, e às terças, quintas e sábados as passagens da Asa Norte. Já a limpeza e a lavagem das passagens subterrâneas próximas ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e ao Hospital de Base são feitas de segunda a sábado.

Segundo o chefe do Núcleo de Limpeza do Plano Piloto, Valdemir Inácio, o serviço é feito sempre à noite, entre as 19h e as 20h, por equipes compostas por três pessoas: o condutor do caminhão pipa e dois garis. “Na limpeza de cada uma das galerias do Eixão, as equipes usam detergente, desinfetante, água fria e, quando necessário, água quente”, explica o chefe do Núcleo de Limpeza do Plano Piloto, Valdemir Inácio.

A limpeza das passagens subterrâneas é feita sempre à noite, entre as 19h e as 20h, por equipes compostas por três pessoas | Foto: Divulgação/ SLU

O diretor-presidente do SLU, Luiz Felipe Cardoso de Carvalho, enfatizou a necessidade de a população que utiliza as passagens subterrâneas colaborar com a manutenção da limpeza, que é feita todos os dias. “O Serviço de Limpeza Urbana mantém lixeiras nas galerias das passagens subterrâneas da Asa Sul e da Asa Norte, então não há motivos para as pessoas jogarem lixo no chão. Essas passagens servem apenas para deslocamento de um ponto a outro e não há nenhuma atividade que gere resíduos no seu interior”, enfatiza.

Lavagem de equipamentos públicos

Entre os vários serviços de limpeza urbana prestados pelo SLU, está o serviço de lavagem de monumentos, vias e equipamentos públicos (como pontos de ônibus e passagens subterrâneas), por meio do jateamento de água, com pressão suficiente para a remoção de resíduos que ficam acumulados e impregnados.

Ao contrário da lavagem específica das galerias do Eixo Rodoviário, que possui cronograma fixo, o serviço feito em outras vias e monumentos públicos ocorre em função da demanda e do fluxo de pedestres e de veículos, a partir de programação estabelecida mensalmente pela autarquia. A lavagem é feita, normalmente, de segunda a sábado, preferencialmente no período noturno. Qualquer cidadão pode solicitar o serviço (exceto em monumentos e áreas particulares) ou denunciar monumentos, equipamentos e espaços públicos danificados, por meio da Ouvidoria Geral: no telefone 162 ou no site.

*Com informações do SLU

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Lições na quadra e na vida: professor da rede pública inspira alunos com aulas de basquete

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Para jogar basquete é preciso alguma habilidade, força e agilidade. Mais do que isso, é preciso ter concentração, organização e disciplina, valores que podem ir além da quadra. É o que o professor Márcio Júnior tenta passar aos estudantes. Há 16 anos, ele vem sendo uma inspiração para os alunos do Centro de Iniciação Desportiva (CID) de Taguatinga.

A relação com o basquete é anterior à chegada aos quadros da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF). Coincidentemente, foi no próprio CID que ele começou no esporte — pelo qual se apaixonou ao acompanhar as lendas norte-americanas pela televisão. A partir daí, Márcio chegou a participar de ligas universitárias, mas acabou optando pela docência.

Em suas aulas de basquete, o professor Márcio Júnior une esporte e educação | Fotos: Tony Oliveira/ Agência Brasília

“A gente fica naquela dúvida: ‘Vou virar atleta profissional?’. Aí eu comecei a estudar, fiz Educação Física, porque estava nesse meio, e passei em um concurso da secretaria, porque meu pai, que foi professor, insistiu muito. E, por obra de Deus, acabei indo para o projeto onde comecei, no CID”, lembra.

Hoje, ele coordena o CID de Taguatinga, onde ministra aulas três vezes por semana para seis turmas, com um total de 180 alunos. O método para conciliar o ensino de valores e de fundamentos do basquete é seu destaque. “Dentro da Educação Física, a gente tem basicamente duas formas de ensinar: o ensino aberto e o ensino fechado. Ensino fechado é aquele tradicional, onde você mostra o fundamento, passo a passo — quicar a bola, passar, arremessar — e o aluno vai repetindo diversas vezes até que ele aprenda o movimento. No ensino aberto, você dá vivências e o aluno vai experimentando o movimento dentro da vivência. Então por exemplo, põe o jogo que ele tem que passar a bola, dou um jogo que ele tem que quicar a bola… Eu trouxe essas duas vivências ー tanto da experiência como atleta quanto da minha vida de professor. Então, eu faço uma associação e o aluno tem que aprender a tomar decisões ao mesmo tempo que ele está fazendo o movimento.”

“A gente usa hoje muita neurociência, aprendizagem, tomada de decisão e reação rápida, que é importante no esporte”

Márcio Júnior, professor no CID

Parece complicado, mas é simples. Em vez de os alunos formarem uma fila e, um de cada vez, tentar quicar a bola, Márcio inicia um jogo com o desafio de quicar a bola um determinado número de vezes antes de poder fazer o arremesso. Uma “gameficação”, como o próprio professor define, já que, em jogos de videogame, é comum ter que realizar pequenas missões em meio a uma maior. “A gente usa hoje muita neurociência, aprendizagem, tomada de decisão e reação rápida, que é importante no esporte”, descreve.

Tudo isso aliado a noções de organização e de disciplina. São os próprios alunos, por exemplo, que higienizam a quadra após o uso. Também é imprescindível manter boas notas na escola. “Ele é muito rigoroso. Tira nota baixa, está cortada do jogo. Não tem desculpinha, a gente está aqui para estudar. Como ele sempre fala para a gente, nós somos estudantes atletas, não atletas estudantes. Então, a gente tem sempre que colocar em primeiro lugar os estudos”, conta Gabriela Lima, 17 anos, estudante da 3ª série no Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (Cemeit). “Aqui a gente trabalha em equipe realmente. Como a gente já está nesse ambiente, a gente vê: ‘A quadra está suja? Vamos limpar’. A gente preserva muito a quadra, é nosso local de aprendizado e a gente desperta um lado de muito amor e muito carinho”, acrescenta a jovem, que decidiu cursar fisioterapia exatamente por conta da paixão que desenvolveu pelo basquete.

Gabriela Lima sabe que não pode vacilar com os estudos: ” Como ele sempre fala para a gente, nós somos estudantes atletas, não atletas estudantes. Então, a gente tem sempre que colocar em primeiro lugar os estudos”

Por falar em faculdade, Pedro Peliceri, 18, foi aprovado em Engenharia Química na Universidade de Brasília (UnB). Ainda assim, continua frequentando as aulas do professor Márcio — ajudando os mais jovens e jogando à noite com outros maiores de 18 que, como ele, não conseguem deixar o CID. “Adoro ver a evolução dos meninos pequenos, venho auxiliar tanto na arbitragem quanto no decorrer dos treinos mesmo. Tenho esse apego, esse amor, porque eu sei que um dia fui eu e tinha pessoas ajudando. Então, eu quero passar para a frente todo esse amor pelo esporte”, afirma. “Eu acho que o grande objetivo do professor não é só formar atletas e, sim, formar pessoas. Querendo ou não, ele sabe que o esporte é uma carreira que pode não ser para todos, mas ele sempre quis nos tornar uma família.”

Nessa família, Márcio é uma figura paterna. Quem atesta isso é a massoterapeuta Anna Romero, mãe não de um, mas de quatro estudantes que tiveram e ainda têm aulas com o professor. “O Márcio é único. Ele sempre está preocupado, cobra muito dos meninos, a escola, o boletim… Se o menino está ruim na escola, ele não deixa jogar. E os meninos respeitam muito isso nele”, aponta ela, que ainda relata que o filho mais velho, Arthur, chegou a receber alta da terapia após a entrada no CID. “[É] cuidado, motivação, companheirismo, porque ele é muito companheiro dos alunos… O que ele faz com os meninos não tem explicação. Ele é um professor excelente. Não é só um professor, é um pai.”

Mãe de quatro alunos e ex-alunos de Márcio, Anna Romero destaca a importância do profissional para os meninos: “Não é só um professor, é um pai”

Ao longo desses 16 anos, Márcio estima ter ensinado 1,5 mil “filhos”. A maior parte deles, o professor diverte-se, não virou atleta. Mas todos levam para as respectivas áreas os conhecimentos adquiridos no CID, o que enche o docente de orgulho: “A ação do professor a gente nunca sabe quando começa e quando termina. A gente não sabe até onde vai a educação. E quando eu encontro um cara hoje de 30, 35 anos e ele me diz que ainda tem memória das histórias, das vivências que ele tinha na quadra, que ele usa na empresa dele, não tem recompensa maior.”

CIDs

Os centros de Iniciação Desportiva (CID) e de Iniciação Desportiva Paralímpico (CIDP) são equipamentos presentes em todas as regionais de ensino do DF, onde mais de 9 mil estudantes da rede pública, de 7 anos a 17 anos, podem praticar modalidades esportivas no contraturno escolar. Entre os esportes ofertados estão atletismo, futebol, judô e tênis de mesa nos CIDs e atletismo adaptado, bocha e vôlei sentado nos CIDPs (a lista completa está disponível aqui).

“Todo aluno hoje da escola pública precisa fazer uma atividade física e o CID proporciona isso no turno contrário. A gente acabou de inaugurar em Taguatinga, neste semestre, o Complexo dos CIDs, no Centrão [CED 02]. E, para o ano que vem, a gente já está com a ideia de levar o basquete também para lá e outras modalidades, como o handebol. Já temos quatro [modalidades] lá. Isso faz com que o aluno tenha, no turno contrário, alguns atrativos. E o esporte é o melhor atrativo hoje, junto com a educação”, destaca o coordenador regional de ensino de Taguatinga, Murilo Marconi Rodrigues, outro a elogiar o trabalho de Márcio Júnior: “Ele transmite não só o basquete, mas os valores agregados ao basquete. A disciplina, a empatia, o respeito ao próximo… O Márcio é esse camarada aí, do coração grandão”.

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Centros de línguas ampliam horizontes e caminhos profissionais de alunos da rede pública e das comunidades

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Há sonhos que só o contato com outras culturas e modos de viver são capazes de despertar. Ao estudar japonês no Centro Interescolar de Línguas (CIL) de São Sebastião, a estudante Maria Luisa Vieira, 17 anos, descobriu a vontade de conhecer o continente asiático e teve a certeza de que deseja trabalhar com relações internacionais. “Hoje, o japonês não é só um hobby, mas algo que quero manter até alcançar a fluência”, conta.

A rede de ensino pública do Distrito Federal possui 17 centros interescolares de línguas, dos quais quatro foram inaugurados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) desde 2019. No primeiro semestre deste ano, mais de 57 mil estudantes foram matriculados nas unidades, ganhando a oportunidade de aprender inglês, espanhol, francês, japonês e alemão com 500 professores proficientes nas línguas. Do total de alunos, cerca de 14 mil são da comunidade.

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“O japonês me fez ter mais disciplina nos estudos, porque não é um idioma fácil e que se vê no dia a dia. E a metodologia do curso é muito agradável, fez com que estudar uma nova língua não se tornasse um fardo”, avalia. Questionada sobre o nível atual de conhecimento, Maria Luisa brinca: “[Se eu fosse para o Japão], acho que fome não passaria”. A turma dela começou em 2022, quando o curso passou a ser ofertado na unidade de ensino.

Integrante de uma turma iniciada neste ano, o estudante Luiz Fernando Muniz Cavalcante, 14, revela que nunca tinha desejado estudar japonês até ser selecionado para a vaga no CIL São Sebastião. A oportunidade foi abraçada e, segundo ele, será proveitosa no âmbito profissional. “A minha preferência era inglês ou espanhol, mas aí veio a oportunidade do japonês, e eu quis aproveitar. A gente aprende muito sobre a cultura do Japão, é tudo bem descontraído, e os professores são ótimos”, conta. “Como eu quero trabalhar com tecnologia da informação, falar o idioma pode me ajudar muito”.

Já a estudante Natália Santini, 13, sempre esteve imersa na cultura japonesa, com o consumo de animes, e aproveita as aulas para colocar os dons artísticos em ação, produzindo desenhos e origamis para decorar a sala de aula. “Meu sonho é ser professora de arte, de preferência em uma universidade, e passar um tempo no Japão. Gosto muito da cultura de lá”, conta ela, que se dedica aos estudos diariamente. “Minha maior dificuldade é a pronúncia, porque eu travo na hora de falar, mas a minha maior facilidade é a escrita”.

A rede de ensino pública do Distrito Federal possui 17 centros interescolares de línguas, dos quais quatro foram inaugurados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) desde 2019 | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília

Maria Luiza, Natália e Luiz aprendem o beabá japonês com o professor Dennis Henrique Alves. Ele conta que recebe estudantes com diferentes níveis de interesse e conhecimento da língua; e, para abranger todos, utiliza de quizzes que incentivam a curiosidade e investe na imersão cultural. “A maioria dos nossos alunos já escutaram japonês em animes e até entram por causa disso, mas temos alguns que nunca viram nada sobre o idioma. Então é preciso alfabetizar os alunos, começando com os alfabetos básicos, que são o hiragana e o katakana, que são fonéticos, e depois vamos para os kandis e os ideogramas”, explica.

O professor revela que, após se familiarizarem com a língua, os estudantes passam a pensar nas possibilidades que o japonês pode oferecer. “Nas primeiras aulas, mostro como o japonês pode ser útil para eles, independentemente da idade. Existem bolsas de estudo, parcerias com a Embaixada do Japão, que hoje é a quarta maior economia do mundo”, observa ele, que se considera apaixonado pelo idioma asiático. “Estou dentro do espectro autista, e o Japão foi um hiperfoco para mim desde pequeno. Estudo desde os 12 anos, e foi o que virou a minha profissão, eu amo estar em sala de aula”.

As inscrições dos centros interescolares de línguas são realizadas no primeiro e no segundo semestre de cada ano e todo o processo é feito online. Os alunos da rede pública do DF têm prioridade nas vagas, mas as remanescentes são abertas à comunidade

O gerente de Educação Ambiental, Patrimonial, de Línguas Estrangeiras e Arte-Educação da Secretaria de Educação (SEEDF), Hamilton Cavalcante Martins, explica que as unidades têm autonomia para desenvolver projetos que incentivem ainda mais o contato dos estudantes com outras culturas, seguindo as diretrizes estabelecidas pela pasta. “O acesso a outra língua, a uma nova cultura, fortalece o aprendizado do estudante no ensino regular e traz novas perspectivas profissionais”, pontua.

Expansão da oferta

Em 14 de janeiro de 1975, nascia o primeiro espaço de estudo de línguas estrangeiras dedicado à rede pública de ensino do Distrito Federal: o Centro Interescolar de Línguas 1 de Brasília. Dez anos depois, surgia o CIL de Ceilândia, seguido pelo de Taguatinga (1986) e os do Gama e Sobradinho (1987). A partir de 1995, foi criada a segunda unidade de Brasília e a primeira do Guará, Brazlândia, Planaltina, Recanto das Emas, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Samambaia e Santa Maria.

O governo Ibaneis Rocha inaugurou mais quatro unidades, com estruturas amplas e adequadas para promover o ensino de qualidade aos discentes. Em 2020, as unidades do Riacho Fundo, do Riacho Fundo II e de Planaltina abriram as portas, e, em 2021, a de São Sebastião. Além disso, o GDF proporcionou o aumento no número de cadeiras disponíveis em cada centro. Em 2019, eram atendidos 45,4 mil alunos, enquanto no primeiro semestre deste ano mais de 57 mil puderam ingressar em algum curso.

Maria Luisa Vieira, 17 anos: “Hoje, o japonês não é só um hobby, mas algo que quero manter até alcançar a fluência”

Em entrevista ao GDF de Ponto a Ponto, podcast da Agência Brasília, a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, destacou os esforços do Executivo para ampliar o número de alunos atendidos, a oferta de idiomas e as parcerias com entidades internacionais. Segundo a gestora, atualmente o GDF estuda a possibilidade de incluir o mandarim na lista de idiomas disponíveis nos CILs em parceria com as embaixadas da China e de Taiwan.

“A gente tinha só inglês e espanhol. Depois entraram francês, japonês, alemão. Estamos querendo trazer o mandarim. É uma oportunidade muito boa. Já ampliamos bastante e queremos ampliar mais”, afirmou Paranaguá durante o bate-papo, realizado em agosto. “O CIL é uma referência para o país. O ensino da língua estrangeira é muito mais forte, com professores com uma proficiência muito forte, para fazer com que o aluno também saia com proficiência e fluência.”

Participe

As inscrições dos centros interescolares de línguas são realizadas no primeiro e no segundo semestre de cada ano e todo o processo é feito online. Os alunos da rede pública do DF têm prioridade nas vagas, mas as remanescentes são abertas à comunidade. Os períodos de inscrição e prazos de matrícula são divulgados no site da Secretaria de Educação.

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Secretaria de Educação do DF participa do desfile de 7 de setembro

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A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) participou do desfile de 7 de setembro, data em que se comemora os 202 anos de independência. A cerimônia realizada na Esplanada dos Ministérios contou com a apresentação de 500 estudantes das redes pública e privada, divididos em oito escolas, além de 50 servidores da secretaria e sete representantes das coordenações regionais de ensino (CREs). Cerca de 30 mil pessoas compareceram ao evento. A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, esteve presente.

A banda marcial do CEF 11 do Gama é formada desde 1999 e se apresentou no desfile deste 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios | Fotos: Felipe de Noronha/Ascom SEEDF

Na festividade, as escolas presentes realizaram apresentações com temáticas envolvendo homenagens ao povo gaúcho. Para a Escola Classe 4 do Núcleo Bandeirante, por exemplo, o tema foi “Somos todos gaúchos e prendas”. Além disso, os alunos também fizeram referência à Cúpula do G20, que concentra as 19 maiores economias do mundo, União Europeia e União Africana, já que o próximo encontro será realizado em novembro, no Rio de Janeiro, e atualmente o Brasil está na presidência. O Centro Educacional 619 de Samambaia desfilou com as bandeiras representando cada estado brasileiro.

Alunas da Escola Classe 4 do Núcleo Bandeirante representam as prendas, do Rio Grande do Sul

Uma grande novidade este ano foi a apresentação de alunos com deficiência da Escola Classe 4 do Núcleo Bandeirante. Gustavo de Souza, aluno do 5º ano do colégio, se apresentou em Libras ao Presidente da República. “Estou nervoso, mas também estou feliz por causa da inclusão. É muito bom estar todo mundo junto e participar do desfile”.

Maria Augusta Ferreira, mais conhecida como Tia Augusta, é professora há quase 30 anos da Secretaria de Educação. “O mais bacana é que o nosso programa do quinto ano envolve cidadania e casou justamente com o conteúdo do desfile. Então, a gente reforçou esses valores e levou as crianças a entenderem que era um orgulho estar na avenida. Eles vêm para representar o povo gaúcho, para mostrar a força desse povo”, destacou.

Gustavo de Souza é deficiente auditivo e, pela primeira vez, participou do desfile do Dia da Independência. Ele se apresentou em Libras ao Presidente da República

Também passaram pela avenida atletas olímpicos que representaram o Brasil nas Olimpíadas sediadas em Paris, como Caio Bonfim, ex-aluno do Programa Centro de Iniciação Desportiva (CID) da Secretaria de Educação do DF, além de militares das Forças Armadas, policiais militares e o Corpo de Bombeiros. A Esquadrilha da Fumaça encerrou o evento.

O Centro de Ensino Fundamental 11 do Gama se apresentou com sua banda marcial. Mirela Soares, de 14 anos, confessou ter ensaiado bastante até o grande dia. “Nós vamos apresentar uma parte da nossa escola, querendo ou não, a gente vai mostrar um pouco de como a gente é, da honra que a gente tem pelo nosso país e tudo mais. Ensaiamos bastante e estamos aqui firmes e fortes.

Uma pessoa que acompanhou os ensaios e preparativos do desfile foi Stefany Carvalho, irmã da aluna da EC 4 do Núcleo Bandeirante, Cristiane Carvalho. “É a primeira vez que minha irmã desfila e é o último ano dela na escola. Então, ela quer fechar esse ano com chave de ouro. Eu acho muito importante ela participar desse tipo de evento”, afirmou.

*Com informações da SEEDF

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Público destaca caráter plural do desfile de 7 de Setembro em Brasília

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Milhares de pessoas se espalharam ao longo da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para prestigiar, esta manhã, o desfile de 7 de setembro, dia da Independência do Brasil. Sob sol forte e com a umidade do ar abaixo de 39% já às 10h, o público ocupou cada espaço sombreado de onde podia assistir ao tradicional desfile cívico-militar, incluindo a apresentação da Esquadrilha da Fumaça e a homenagem a cidadãos, servidores públicos e órgãos que atuam na reconstrução do Rio Grande do Sul, recentemente afetado pela maior tragédia climática da história do país.

A Polícia Militar do Distrito Federal não divulga estimativa de público. Mas pessoas que costumam frequentar o evento na capital federal disseram à Agência Brasil que tiveram a impressão de que, este ano, havia menos público. Destacaram, também, um caráter mais diverso da cerimônia.

Brasília (DF), 07/09/2024 - Ana Lúcia Carnaúba participa da comemoração cívico-miliatar aos 202 anos da independência de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios.  Foto: José Cruz/Agência Brasil
Brasília (DF), 07/09/2024 - Ana Lúcia Carnaúba participa da comemoração cívico-miliatar aos 202 anos da independência de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios.  Foto: José Cruz/Agência Brasil

Ana Lúcia Carnaúba assiste ao desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios – José Cruz/Agência Brasil

Moradora de Brasília há quase 30 anos, a gerontóloga Ana Lúcia Carnaúba é frequentadora assídua do desfile, e também do Grito dos Excluídos, organizado por movimentos sociais, em contraponto ao evento oficial. “Na minha concepção, [a celebração do] Sete de Setembro tinha sido sequestrada. Hoje, contudo, vim com muita alegria de ver a força e a resistência da democracia”, comentou Ana, para quem a celebração dos 202 anos da independência está associada à defesa da soberania nacional.

“Precisamos concretizar a capacidade de desenvolvimento, de distribuição de renda e de diminuição das desigualdades, e tudo isso está representado aqui, no 7 de Setembro”, acrescentou a gerontóloga ao destacar a diversidade do público. “Encontrei crianças, idosos, pessoas com deficiências, todo o Brasil representado. Pode até haver menos gente, mas é um conceito diferente, mais diverso, mais plural e menos corporativo.”

O ambulante Paulo Matias Figueiras contou que já há alguns anos aproveita a data para reforçar os ganhos que obtém vendendo alimentos nas ruas de Sobradinho (DF). Segundo ele, contudo, este ano as vendas foram mais fracas. “Acho que há menos gente. E, mesmo com o calor, as pessoas não estão consumindo”, detalhou o ambulante, apontando para o isopor cheio de garrafas d´água e de refrigerantes.

Brasília (DF), 07/09/2024 - Wilda Cheryl participa da comemoração cívico-miliatar aos 202 anos da independência de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios.  Foto: José Cruz/Agência Brasil
Brasília (DF), 07/09/2024 - Wilda Cheryl participa da comemoração cívico-miliatar aos 202 anos da independência de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios.  Foto: José Cruz/Agência Brasil

Wilda Cheryl foi à Esplanada dos Ministério assistir ao desfile cívico-militar de 7 de Setembro – José Cruz/Agência Brasil

Estudante de ciências políticas da Universidade de Brasília (UnB), a gabonesa Wilda Chery disse ter ido à Esplanada dos Ministérios por curiosidade sobre a celebração da independência brasileira. “Assisti à parte da cerimônia e gostei”, comentou a jovem de 20 anos de idade, explicando que, após o fim do desfile, aproveitaria para passear e ver os prédios públicos da capital federal.

O casal Cezar Garcia Ferrero e Sara Barral Pinheiro chegou à Esplanada quase no fim do desfile, com planos de estender o passeio, já que a intenção era levar os filhos, Maitê e Dante, para apreciar de perto as viaturas, aeronaves, embarcações e equipamentos militares. A exposição, contudo, está montada até amanhã (8), no Parque da Cidade, a cerca de 4 quilômetros de distância.

Brasília (DF), 07/09/2024 - César Ferreira, Sara Boreal com seus filhos Maitê Ferreira e Dante Ferreira, participam da comemoração cívico-miliatar aos 202 anos da independência de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios.  Foto: José Cruz/Agência Brasil
Brasília (DF), 07/09/2024 - César Ferreira, Sara Boreal com seus filhos Maitê Ferreira e Dante Ferreira, participam da comemoração cívico-miliatar aos 202 anos da independência de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios.  Foto: José Cruz/Agência Brasil

 O casal Cezar Garcia Ferrero e Sara Barral Pinheiro levou os dois filhos para assistir ao desfile – José Cruz/Agência Brasil

“Viemos para ver a exposição, mas não nos organizamos direitos”, comentou a arquiteta.

“Porque no ano passado viemos pelo desfile, mas, como havia também a exposição, ficamos mais tempo passeando com as crianças, já que Dante gosta de ver, acha interessante. Este ano, chegamos tarde contando com isso, mas tudo bem. É interessante ver o desfile”, acrescentou o engenheiro civil.

Valdirene Soares levou a sobrinha, Lara Lustosa, de 9 anos, para assistir ao seu primeiro desfile na Esplanada. “Este ano eu me senti segura para voltar a vir e para trazê-la comigo. Acho bacana participar”, comentou Valdirene, contando que não frequentava o evento desde antes da pandemia da covid-19. Lara, por sua vez, disse à reportagem que gostou muito de ver a Esquadrilha da Fumaça. “Porque os aviões fizeram um coração e [simularam] o avião caindo.”

 

*Colaborou Gabriel Brum, repórter da Rádio Nacional

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GDF Mais Perto do Cidadão leva diversos serviços pela segunda vez à população de Samambaia

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Samambaia recebeu, pela segunda vez, o GDF Mais Perto do Cidadão, programa da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) que leva diversos serviços para a população do Distrito Federal. As equipes ficaram na região administrativa entre sexta-feira (6) e este sábado (7), oferecendo atendimentos gratuitos à comunidade.

Desde o início de 2023, o programa já percorreu mais de 20 regiões administrativas do DF, entre elas Água Quente, Brazlândia, Cidade Estrutural, Fercal, Planaltina, Plano Piloto, Riacho Fundo II e Samambaia que, pela segunda vez, recebe os serviços oferecidos pela Sejus à população do Distrito Federal | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

Os moradores da região puderam, entre outros, tirar documentos, receber atendimento psicossocial e colocar o calendário de vacinação em dia, além de contar com os demais serviços oferecidos pelo Na Hora, Polícia Civil e Sejus.

Mais de 250 mil atendimentos já foram realizados desde o início do programa, que nesta 36ª edição contou com a carreta do programa do Saúde Mais Perto do Cidadão disponibilizando consultas médicas e exames gratuitos

Mais de 250 mil atendimentos já foram realizados desde o início do programa, que nesta 36ª edição contou com a carreta do programa do Saúde Mais Perto do Cidadão disponibilizando consultas médicas e exames gratuitos.

A vice-governadora Celina Leão destaca a importância de garantir o acesso aos serviços à população de todo o DF.

“O GDF Mais Perto do Cidadão é essencial para garantirmos que as pessoas que não teriam condições de acessar esses serviços sejam atendidos onde quer que estejam, aproximando a população do GDF, levando cidadania para todo o DF. Por isso, vamos continuar trabalhando para melhorar e ampliar cada vez mais os atendimentos”, afirma.

Periodicamente, a Sejus reúne equipes com membros de diversos órgãos do DF e visita uma região administrativa para, durante dois dias, atender a população daquele local

O secretário executivo da Sejus, Jaime Santana, ressalta o sucesso do programa. “Esta é a primeira edição com a participação da Secretaria de Saúde, que se une ao programa com essa missão de trazer conforto e calor humano para a população das regiões administrativas”, ressalta.

A pedagoga Luziana Ladislau, de 53 anos, mora no P Norte e aproveitou para se consultar com o cardiologista e fazer alguns exames, pois fará uma cirurgia em breve

As pessoas que utilizam os serviços aprovam o programa. A pedagoga Luziana Ladislau, de 53 anos, mora no P Norte e aproveitou para se consultar com o cardiologista e fazer alguns exames, pois fará uma cirurgia em breve. “É muito importante porque, em pleno final de semana, o cidadão pode vir, já que durante a semana está trabalhando. Facilita bastante”, elogia.

Já a técnica em enfermagem Graziele Barros, de 18 anos, moradora de Ceilândia, se vacinou contra a gripe. “É muito bom ter essa disponibilidade do governo porque muitas vezes não tem como o cidadão sair de sua casa e, aqui, pode deixar seu cartão de vacinas em dia. É um serviço muito importante”, disse.

Rosangela Cerqueira, de 41 anos, moradora de Samambaia Sul, está desempregada e viu uma boa oportunidade para levar o cãozinho Bob, de três meses, para se vacinar. “Esse evento é muito bom. Eu estava sem condições de comprar a vacina e, agora, ele tomou a primeira. Isso ajuda bastante as pessoas. Está aprovadíssimo”, comemorou.

Desde o início de 2023, o programa já percorreu Água Quente, Arapoanga, Brazlândia, Ceilândia, Cidade Estrutural, Colônia Agrícola 26 de Setembro, Fercal, Itapoã, Paranoá, Planaltina, Plano Piloto, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Sobradinho, Sobradinho II, Sol Nascente, Varjão e Vicente Pires. Periodicamente, a Sejus reúne equipes com membros de diversos órgãos do DF e visita uma região administrativa para, durante dois dias, atender a população daquele local.

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Festa da Independência reúne multidão na Esplanada dos Ministério

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Nem o sol escaldante e a secura impediram que brasilienses e turistas fossem à Esplanada dos Ministérios celebrar a festa de 7 de Setembro. Aproximadamente 30 mil pessoas se reuniram neste sábado (7) para acompanhar de perto o tradicional Desfile Cívico que comemora os 202 anos da Independência do Brasil. O governador Ibaneis Rocha e a primeira-dama Mayara Noronha Rocha marcaram presença no evento, ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e de outras autoridades.

O governador Ibaneis Rocha e a primeira-dama Mayara Noronha Rocha marcaram presença no evento, ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e de outras autoridades | Foto: Lucio Bernardo Jr/Agência Brasília

Tropas a pé da Marinha do Brasil, Exército e grupamentos de segurança pública do DF, como o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, também se apresentaram no evento

A celebração foi marcada por diversas atrações que reforçaram temas como a sustentabilidade e o combate à fome e à desigualdade. A abertura do evento foi dada pelos 500 alunos dos ensinos fundamental e médio da rede pública de ensino do Distrito Federal (DF) juntamente com os atletas olímpicos que representaram o Brasil em Paris, como Caio Bonfim — medalhista de prata que conta com o apoio do Governo do Distrito Federal por meio dos programas Bolsa Atleta e Compete Brasília.

Sob um forte esquema de segurança das forças locais e nacionais, militares, alunos do DF, blindados e aeronaves conduziram o desfile no Eixo Monumental. Tropas a pé da Marinha do Brasil, Exército e grupamentos de segurança pública do DF, como o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, também se apresentaram no evento.

A celebração foi marcada por diversas atrações que reforçaram temas como a sustentabilidade e o combate à fome e à desigualdade

Neste ano, a festa foi organizada em três eixos: a importância da realização do G20 no Brasil, em novembro; o esforço da nação em apoio ao processo de reconstrução do Rio Grande do Sul; e a retomada da ampla proteção de crianças e da população por meio das campanhas de vacinação e ampliação dos serviços de saúde. As apresentações contaram com a presença de 8.812 pessoas, entre militares e estudantes do DF, que desfilaram com as bandeiras das 27 unidades da Federação.

“Foi tudo muito maravilhoso. Eu nunca vi algo que me emocionasse tanto. Todos estão de parabéns, a organização estava ótima”, disse a monitora escolar Francisca Pereira, que teve a oportunidade de assistir ao desfile de perto pela primeira vez desde que se mudou do Piauí, há cinco anos

A monitora escolar Francisca Pereira, de 40 anos, mora em Brasília há cinco anos e teve a oportunidade de assistir ao desfile de perto pela primeira vez desde que se mudou do Piauí: “Foi tudo muito maravilhoso. Eu nunca vi algo que me emocionasse tanto. Todos estão de parabéns, a organização estava ótima”.

Uma das atrações principais é a Esquadrilha da Fumaça, que oficializa o encerramento da cerimônia de celebração. De acordo com o administrador Antônio Francisco Noronha, 57, esse era o momento mais esperado pela filha: “Isso é o auge, é o máximo da festa. A minha pequena vê e fica gritando, se emocionando e pulando de alegria quando passa a esquadrilha. Ano que vem, é bem provável que venhamos de novo”.

Secura

Com temperatura na casa dos 27° e umidade do ar em 33%, os espectadores e participantes contaram com o apoio da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) no fornecimento de água potável gelada em pontos estratégicos da Esplanada dos Ministérios. Ao todo, foram disponibilizados 32.500 litros ao público.

O administrador Antônio Francisco elogiou o esquema de segurança elaborado pelas forças do DF e o apoio da Caesb na hidratação do público: “Aqui tem policial e água para todo lado. Todo mundo distribuindo e oferecendo hidratação é importante principalmente para esse tempo que estamos vivendo, de muita seca”.

07/09/2024 - Festa da Independência reúne multidão na Esplanada dos Ministério

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A Trajetória de Rosa: Uma História de Luta e Superação na Cidade Estrutural

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Por: Jornalista Edvaldo Campos

Rosinete, conhecida carinhosamente como Rosa, é uma figura respeitada na Cidade Estrutural, onde sua trajetória de vida inspira muitos que enfrentam desafios semelhantes. Natural da Bahia, Rosa saiu de casa com apenas 12 anos, fugindo das dificuldades de sua terra natal, e embarcou em uma jornada rumo a Brasília, em uma época em que viagens de pau de arara eram comuns. "Saí fugida, lógico, naquela época tinha aquela mania das meninas saírem de casa assim", relembra Rosa, com um tom misto de dor e força.

Ao chegar em Brasília, ainda criança, Rosa enfrentou dificuldades extremas para sobreviver, mas perseverou. Em determinado momento, foi levada para Anápolis, onde enfrentou momentos ainda mais duros, chegando a ser vendida duas vezes. “Graças a Deus consegui superar, passar por cima de todas as dificuldades que eu passei na minha vida”, conta. Após esses episódios, ela retornou a Brasília, onde trabalhou como empregada doméstica e lutou para criar sua família.

Mãe solo de quatro filhos biológicos e dois adotivos, Rosa enfrentou uma realidade dura, criando seus filhos sozinha. Sua trajetória de vida é marcada por grandes perdas pessoais, incluindo a morte de seu filho, assassinado dentro da Cidade Estrutural, e de dois irmãos, um deles vítima da violência em Brasília e o outro, das drogas em Águas Lindas. Apesar dessas tragédias, Rosa seguiu firme. "Passei muitas dificuldades na nossa cidade, mas graças a Deus consegui superar."

Rosa relembra os tempos difíceis, quando viver na Estrutural era sinônimo de resistência diária contra a violência, a falta de recursos e a opressão das autoridades. "Apanhamos muito para conseguir nossa cidade", diz, com a voz carregada de lembranças dolorosas. Ela menciona os confrontos com a polícia, enfrentando balas de borracha, cassetetes e despejos forçados.

Nos primeiros anos, a vida na Estrutural era marcada pela precariedade. Rosa e outras famílias moravam em barracos de lona, sem acesso a água potável ou energia elétrica. "Tinha época que a gente não podia entrar nem com alimento", conta, recordando-se de quando precisavam caminhar até o Guará para buscar atendimento médico para as crianças. A luta diária era agravarada pela falta de infraestrutura e pelas investidas das autoridades, que reprimiam os moradores.

Para Rosa, como mãe solo, a batalha foi ainda mais árdua. Ela precisou deixar seus filhos pequenos sozinhos nos barracos para se unir aos outros na luta por direitos. “Era muito difícil pra mim, mas eu tinha que lutar pelo futuro dos meus filhos”, relata. As noites eram especialmente tensas, com a cavalaria chegando de surpresa, obrigando os moradores a fugirem para se proteger.

Ela fala com carinho de seu papel como mãe, que se expandiu além do vínculo biológico. "Adotei mais duas crianças que precisavam de amor e carinho", diz, orgulhosa da família que construiu sozinha, com muita luta e sacrifício. A força de Rosa em meio a tantas adversidades é um exemplo de superação.

Rosa também lamenta a perda de um importante símbolo da história local, o "Museu do Sangue", que outrora contava a trajetória de luta dos moradores da Cidade Estrutural. "Deveria estar lá para contar nossa história, mas infelizmente não temos mais", comenta com tristeza. Ela acredita que esse espaço era essencial para que as novas gerações conhecessem a dura realidade enfrentada pelos pioneiros da comunidade.

Apesar das dificuldades e perdas, Rosa tem orgulho das conquistas alcançadas. Hoje, a Cidade Estrutural tem acesso a água, energia e outras infraestruturas essenciais, graças à luta incansável de pessoas como ela. "Graças a Deus, conseguimos nossa cidade", comemora. A sua história, como tantas outras, é um testemunho vivo da força e da resiliência das mulheres que, sozinhas, criaram seus filhos e lutaram por uma vida melhor.

Mas foi um encontro especial que mudou completamente o rumo da vida de Rosa: o dia em que conheceu a família Fraga. Ela conta emocionada como a ajuda do deputado federal Alberto Fraga e de sua esposa, dona Mirta, foi essencial para que ela conseguisse superar os momentos mais difíceis. "Minha vida mudou muito a partir do momento que eu conheci a família Fraga e comecei a trabalhar com eles", revela Rosa, com gratidão.

Ela lembra que, ao procurar Fraga pela primeira vez, estava enfrentando grandes dificuldades financeiras e sem perspectivas de emprego. Foi então que, em um gesto de solidariedade, o deputado e sua esposa estenderam a mão para ajudá-la. "Falei que estava passando necessidade e, em duas semanas, eles me deram um emprego", conta. Rosa é profundamente grata à família Fraga, especialmente a dona Mirta, que faleceu, mas que deixou um legado de bondade em sua vida. "Que Deus a tenha num bom lugar", acrescenta, com respeito e carinho.

Esse encontro foi um divisor de águas na vida de Rosa, que conseguiu, a partir daí, estabilizar sua situação e garantir uma vida mais digna para sua família. Ela não esquece de enfatizar o quanto essa ajuda foi fundamental: "Graças a Deus, foi eles que mudaram minha vida", afirma, destacando o papel crucial que a família Fraga teve em seu processo de superação.

Hoje, Rosa continua sendo uma referência de luta e perseverança na Cidade Estrutural. Sua história, marcada por dor, sacrifício e conquistas, é um exemplo vivo de como a solidariedade e a união podem transformar vidas. "Graças a Deus, conseguimos nossa cidade", comemora, refletindo sobre as conquistas da comunidade após tantos anos de luta.

Embora tenha enfrentado momentos muito difíceis, Rosa se mantém firme, orgulhosa de sua jornada e grata às pessoas que a ajudaram no caminho. Sua história é um testemunho de coragem e fé, e seu legado de resistência ficará para sempre marcado na memória da Cidade Estrutural.

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3º Fórum de Governança da CGDF promove troca de experiências e boas práticas

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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) esteve presente no 3º Fórum de Governança da Controladoria-Geral do DF (CGDF). Com o tema “Governança, Inovação e Sustentabilidade: estratégias para um setor público eficiente”, a CGDF recebeu servidores para troca de experiências e boas práticas no auditório da Câmara Legislativa do DF.

O evento da CGDF reuniu especialistas para a promoção de estratégias eficientes em integridade na administração pública | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

O fórum, nessa quinta-feira (5), teve duas etapas. Pela manhã, as atividades ocorreram no auditório da Câmara Legislativa (CLDF) e, no período da tarde, na Escola de Governo do DF (Egov), com oficinas que abordaram temas como redesenho de serviços, insights comportamentais para integridade pública e análise de programas de integridade privada.

Durante o evento, foi apresentado o novo Guia Prático para análise dos Programas de Integridade Privada, instrumento com foco na disseminação da cultura da integridade e na aplicação efetiva do código de ética. O guia facilita a identificação de desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública. Também foi destacada a publicação da Resolução nº 4/2024, no último dia 2, que trata do modelo de governança pública no DF.

O secretário-adjunto de governança da SES-DF, José Ricardo Baitello, ressaltou que o compliance da SES-DF tem características próprias, destacando a trajetória da pasta a partir de 2021, com o Projeto de Aprimoramento da Governança da SES-DF. “A governança é essencial para promover uma gestão mais eficiente, inovadora e sustentável. Governança é controle, direção e rumo. Compliance significa observar a lei e implantar”, disse Baitello.

O projeto da SES-DF criou seis subcomitês de assessoramento técnico, dentre eles o de transformação digital e sustentabilidade. Também foi criada a estrutura organizacional da Secretaria Adjunta de Governança (Sagov) para coordenar a Política de Governança da Secretaria de Saúde.

O auditor-chefe adjunto de Governança e Inovação do Tribunal de Contas da União (TCU), Jetro Coutinho, comentou sobre como a combinação de governança, inovação e estratégias pode trazer resultados positivos para a administração pública. “Governança é uma série de estruturas, processos e mecanismos para alinhar o interesse do ‘agente’ ao interesse do ‘principal’. Quando damos transparência às ações, quando disponibilizamos informações, prestamos contas, melhoramos a governança”.

*Com informações da Ses-DF

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Vacinação contra raiva imuniza 400 cães e gatos em abrigo no Gama

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Cerca de 400 cães e gatos do Abrigo Flora e Fauna, localizado na zona rural do Gama, foram imunizados contra a raiva nesta sexta-feira (6). A ação, que mobilizou 43 servidores da Secretaria de Saúde (SES-DF), busca ampliar a cobertura em animais e reforça o treinamento para a campanha de vacinação prevista para iniciar em 14 de setembro.

Ação no abrigo também permitiu o treinamento de agentes de Vigilância Ambiental em Saúde, como o servidor Guilherme Dutra | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

A chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental do Gama, Marinete Sousa, destaca que profissionais mais experientes têm passado conhecimentos e informações aos novatos. Houve ainda, segundo a gestora, uma revisão de orientações técnicas específicas. “Estamos nos preparando com afinco para a campanha, de forma a oferecer um atendimento seguro e adequado a todos os cães e gatos”, garante.

Quem ficou feliz por trabalhar com os bichinhos foi o agente de Vigilância Ambiental em Saúde (Avas) Guilherme Dutra. “Eu amo, principalmente, cachorros e acho que esse treinamento é essencial. Cuidar dos animais é parte importante do cuidado com a população como um todo. Sei que a nossa função faz a diferença na sociedade”, avalia. Convocado para ser servidor da SES-DF há seis meses, ele vai participar pela primeira vez de uma campanha de vacinação antirrábica.

Cerca de 400 animais foram vacinados no Abrigo Flora e Fauna, no Gama. Atividade precede a campanha antirrábica que deve iniciar em 14 de setembro

Imunização

As doses contra a raiva são disponibilizadas em dias úteis nos Núcleos Regionais de Vigilância Ambiental da SES-DF durante o ano inteiro. A campanha, contudo, busca facilitar o acesso e intensificar as ações de proteção de cães e gatos contra a doença. Nesse período as equipes da SES-DF passam a atuar também em locais de ampla circulação de pessoas como feiras, shoppings, praças, pet shops e outros espaços de fácil acesso.

No dia 14, serão priorizadas as localidades rurais. A partir de 21 de setembro, a oferta começa a abranger a área urbana das Regiões Administrativas. A lista dos locais de atendimento é atualizada semanalmente no site da SES-DF.

Em 2023, a campanha antirrábica superou 120 mil animais imunizados. Para 2024, a orientação é vacinar cães e gatos a partir dos três meses de vida. A dose contra a raiva não é indicada para fêmeas prenhas ou em período de amamentação. Também são dispensados animais que estejam doentes.

Prevenção

A raiva é uma doença viral que pode ser transmitida aos humanos por meio de mordidas, lambidas ou arranhões de animais infectados. Por isso, a imunização de cães e gatos é fundamental para impedir a propagação e evitar a contaminação de pessoas. Saiba mais sobre a raiva no site da SES-DF.

*Com informações da SES-DF

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Autoridades prestigiam desfile do 7 de Setembro em Brasília

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, às 9h14 deste sábado (7), o desfile cívico-militar de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O tema deste ano é Democracia e Independência. É o Brasil no Rumo Certo.

O presidente Lula chegou à Esplanada em carro aberto, o Rolls-Royce presidencial tradicionalmente usado nesta cerimônia, após passar em revista as tropas próximo ao Palácio do Planalto.

O presidente foi recebido pelo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, e pelos comandantes das três Forças Armadas. 

Na tribuna de honra do evento, marcam presença ao lado de Lula o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco; o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e os ministros da Corte Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zannin e Edson Fachin.

Também estão na tribuna o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; e os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; da Casa Civil, Rui Costa; das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; das Mulheres, Cida Gonçalves; do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; de Minas e Energia, Alexandre Silveira; da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; da Cultura, Margareth Menezes. 

Brasília (DF) 07/09/2024     Desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. Imagem reprudução TV.
Brasília (DF) 07/09/2024     Desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. Imagem reprudução TV.
Presidente Lula e autoridades no desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios – Imagem reprodução da TV

Também marcaram presença o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. Ambos prestigiam a homenagem que a festividade faz ao estado afetado pelas fortes chuvas em maio.

Porém,  foram percebidas as ausências dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a primeira-dama, Janja da Silva.

A primeira-dama foi convidada pela xeica do Catar, Mozha bin Nasser al-Missned, para participar da 5ª Celebração do Dia Internacional para Proteger a Educação de Ataques, em Doha.

O público que ocupa as arquibancadas no Eixo Monumental, em frente à tribuna das autoridades, saudou o presidente Lula em sua chegada. A estimativa da organização do evento é que 30 mil pessoas compareçam à festividade da Independência.

Eixos temáticos

Neste ano, o evento que celebra do Dia da Independência está organizado em três eixos temáticos: a presidência rotativa do Brasil do G20 e a Cúpula de chefes de Estado que será realizada em novembro, na cidade do Rio de Janeiro;  o apoio e esforços para a reconstrução do Rio Grande do Sul, após as fortes chuvas de maio; e o último eixo trata do aumento da proteção da população, em especial, das crianças, por meio das campanhas de vacinação e a ampliação dos serviços de atendimento primário em saúde, com a retomada do programa Mais Médicos do governo federal.

Participam do desfile 30 atletas olímpicos que competiram nos jogos de Paris, entre julho e agosto, além do mascote da vacinação brasileira, o Zé Gotinha. O atleta Caio Bonfim que, na França, faturou a prata inédita para o Brasil na marcha atlética, foi o porta-bandeira do grupo. 

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