Por: Kelven Junio
Na Coreia do Norte, um país notório por seu regime autoritário e repressivo, a prática de qualquer religião que não venera seu líder, Kim Jong-un, é estritamente proibida e perseguida. Ler a Bíblia, orar ou mesmo louvar a uma divindade pode resultar em prisão, tortura ou até execução. Em meio a este cenário de terror, a história do Reverendo Minho Song emerge como um poderoso testemunho de fé, coragem e resistência.
Song, que conheceu de perto a dura realidade enfrentada pelos cristãos na Coreia do Norte, foi aprisionado simplesmente por ser um crente. Acusado de tentar derrubar o governo, ele foi condenado a anos em um campo de trabalho forçado, uma sentença que reflete a brutalidade do regime norte-coreano contra qualquer forma de dissidência ou crença religiosa.
“Se você é conhecido como cristão, sua vida está ameaçada o tempo todo. Se você for pego, você, seus pais e seus filhos, três gerações, serão presos e executados ou enviados para uma prisão política pelo resto da vida”, diz Song.
Durante sua detenção, Song enfrentou condições desumanas no campo de trabalho forçado, onde perdeu cerca de 23 quilos em apenas três meses e quase perdeu a vida em diversas ocasiões. Contudo, sua fé permaneceu firme, fortalecida pelo pensamento de que pessoas ao redor do mundo oravam por sua libertação.
"Percebi que as pessoas ao redor do mundo estavam se lembrando de mim e orando por mim. E foi por isso que consegui sobreviver", disse Song, evidenciando o poder da solidariedade e da oração.
Milagrosamente libertado após dois anos, Song agora dedica sua vida ao apoio à igreja perseguida na Coreia do Norte. Ele destaca a existência de uma igreja clandestina no país, que, apesar dos riscos imensos, continua a crescer em número, com estimativas conservadoras sugerindo a existência de entre 300.000 a 400.000 cristãos.