Diário da Cadeia: veja o livro que Moraes mandou retirar de circulação

 on  with No comments 
In  




Diário da Cadeia, escrito pelo autor Ricardo Lisias, mas assinado pelo pseudônimo Eduardo Cunha, se define como um livro “ousado e enigmático”. Na obra da editora Record, lançada em 2017, o escritor se passa pelo ex-deputado federal, que presidiu a Câmara entre 2015 e 2016.


“Eduardo Cunha (pseudônimo) não foge de assunto, é assertivo quando precisa, reflexivo algumas vezes e sobretudo generoso ao encartar aqui trechos de sua tão aguardada obra Impeachment”, diz a sinopse da obra.


Capa do livro Diário da Cadeia - Metrópoles



O livro foi lançado antes de Tchau, Querida: O Diário do Impeachment, obra do verdadeiro Eduardo Cunha, onde ele relata os bastidores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, “as pressões e os interesses para se abrir ou não o processo de afastamento” da petista.


Diário da Cadeia voltou ao foco nesta quinta-feira (16/1) após do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a retirada de circulação, resultado de uma ação ajuizada pelo próprio Eduardo Cunha.


O que aconteceu?



  • A editora Record publicou o livro “Diário da Cadeia – com trechos da obra inédita impeachment”, assinado pelo pseudônimo Eduardo Cunha, mas escrita Ricardo Lísias.

  • Eduardo Cunha entrou com ação no STF para retirar o livro de circulação.

  • O ex-deputado federal, que presidiu a Câmara entre 2015 e 2016, durante o impeachment da ex-presidente, alega que o uso do nome dele é uma “estratégia comercial ardil e inescrupulosa”;

  • Moraes acatou a ação protocolada pela defesa de Cunha e determinou que a obra e a editora retirem o livro do mercado, até que o pseudônimo seja desvinculado;

  • “Essa publicação não passa de uma gravíssima tentativa de ganho comercial a partir da atual posição de reclusão de Eduardo Cunha e de toda a expectativa pública pelo livro que ele já noticiou estar a produzir”, afirma a defesa do ex-deputado.


Decisão de Moraes


Ao acatar a ação protocolada por Cunha, Moraes estabelece que a obra não pode utilizar o nome dele como pseudônimo e que o autor e a editora ficam proibidos de vincular o livro ao nome do ex-deputado.


Os exemplares já distribuídos e que estão à venda com a assinatura de Eduardo Cunha devem ser recolhidos, conforme a determinação do ministro. O retorno ao mercado fica condicionado, de acordo com a decisão, à retirada do pseudônimo.


Moraes estabelece, ainda, que os anúncios da obra sejam retirados do site da editora Record, assim como propagandas vinculadas a Cunha. O ministro estabelece um prazo de 60 dias para que as ordens sejam cumpridas, sob pena de multa de R$ 50 mil por dia.


1 de 5

STF promove roda de conversa e exposição de arte com obras feitas a partir dos destroços da invasão de 8 de janeiro. O evento, conduzido pelo ministro Edson Fachin, resgata a memória e reforça o compromisso com a democracia

KEBEC NOGUEIRA/METRÓPOLES @kebecfotografo
2 de 5

Moraes determinou a prisão de Braga Netto por obstrução da Justiça

Igo Estrela/Metrópoles
@igoestrela
3 de 5

O ministro do STF Alexandre de Moraes

Igo Estrela/Metrópoles
@igoestrela
4 de 5

O ministro do STF Alexandre de Moraes

Igo Estrela/Metrópoles
@igoestrela
5 de 5

O ministro do STF Alexandre de Moraes

Igo Estrela/Metrópoles
@igoestrela

A decisão determina, também, que a editora conceda direito de resposta a Eduardo Cunha no próprio site, “em espaço de ampla visibilidade”, de forma que fique esclarecida a verdadeira autoria do livro, desvinculando a imagem do ex-deputado.


Além disso, Moraes ordena o pagamento de uma indenização de R$ 30 mil a Cunha, a título de dano moral. “A produção do referido livro induz o público ao erro, uma vez que sua redação e apresentação criam a impressão de que Eduardo Cunha é o verdadeiro autor da obra”, aponta o ministro.


“Deste modo, muito embora seja reconhecida a liberdade de expressão, não se revela legítimo o uso irrestrito deste mandamento constitucional. Além disso, o fato de o autor ser pessoa pública e possuir o ônus de ser alvo notícias da imprensa e opiniões alheias não autoriza o exercício abusivo do referido direito à liberdade de expressão”, pontua Moraes.






Source link

https://jornalismodigitaldf.com.br/diario-da-cadeia-veja-o-livro-que-moraes-mandou-retirar-de-circulacao/?fsp_sid=60196
Share:

0 #type=(blogger):

Postar um comentário