O economista e ativista social João Pedro Stédile, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), recebeu, nessa segunda-feira (16/12), a Medalha do Mérito Farroupilha, maior honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
A concessão da medalha foi proposta pelo deputado Adão Pretto Filho (PT-RS) e aprovada pela Mesa Diretora no início de dezembro. “É o dia que um lutador social, reconhecido não só no estado, mas no Brasil e no mundo, ganhou a Medalha do Mérito Farroupilha”, declarou o parlamentar ao entregar a homenagem a Stédile.
“Trata-se de uma justa homenagem ao maior movimento social do Brasil, amplamente reconhecido no cenário internacional por sua contribuição à produção de alimentos saudáveis, à preservação ambiental e à luta por justiça social no campo. Mesmo diante de ataques de parlamentares da extrema direita, cuja visão preconceituosa busca deslegitimar o movimento e os trabalhadores rurais sem terra, nunca houve receio de que a condecoração pudesse ser cancelada. Confiamos plenamente na soberania do Parlamento gaúcho e na integridade de suas decisões”, afirmou Adão Pretto Filho.
Ao receber a honraria, Stédile dedicou o prêmio a todos que lutam pela reforma agrária no Brasil. “A Medalha Farroupilha é para todos os lutadores da reforma agrária, desde Sepé Tiaraju até o Itamar Siqueira (membro do MST), que nos deixou na semana passada”, afirmou.
Emocionado, Stédile concluiu: “Quando eu morrer, cansado de tantas guerras, morrerei de bem com minha terra”.
Abaixo-assinado para impedir homenagem
A sugestão do nome de Stédile para receber a honraria gerou reações de parlamentares da direita e mobilizou grupos contrários à concessão da medalha.
Um abaixo-assinado, que reuniu 25 mil assinaturas, foi protocolado pelo deputado estadual Capitão Martim (Republicanos-RS), pedindo a suspensão da homenagem.
Além disso, o deputado Rodrigo Lorenzoni (PL-RS) propôs um projeto para alterar as regras de concessão da Medalha do Mérito Farroupilha.
Atualmente, cada deputado tem o direito de conceder a medalha uma vez por mandato, desde que a indicação seja aprovada pela Mesa Diretora da Assembleia.
O projeto de Lorenzoni sugere que a honraria só possa ser concedida após a aprovação do plenário, o que daria mais controle ao processo e poderia limitar a entrega a nomes considerados polêmicos.
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